quarta-feira, 20 de abril de 2011

PLANEJAMENTO PASTORAL DE UM GRUPO DE JOVENS

PLANEJAMENTO PASTORAL DE UM GRUPO DE JOVENS


Apresentação

A Pastoral da Juventude do Estado do Espírito Santo completa 25 anos de existência, de fé e vida no meio da juventude do campo e da cidade.

Em todo esse tempo, a PJ Capixaba se preocupou com o processo de formação da fé de seus militantes, como também, do projeto de vida, que cada um, cada uma iria construir a partir do que fosse vivido, experimentado nas reuniões, encontros, acampamentos juvenis (retiros), assembléias etc.

É um desejo do Instituto Capixaba de Juventude do Estado do Espírito Santo – ICJ-ES, ajudar os grupos de jovens na construção de seus projetos de vida a partir da reflexão sobre planejamento pastoral.

As dicas que se seguem não estão fechadas, são apenas o início da conversa; cada grupo de jovem, cada jovem, buscará na medida do possível se aprofundar na leitura e nos temas aqui abordados.

Texto bíblico
Iniciamos a caminhada no planejamento pastoral de um grupo de jovens a partir de um texto bíblico. A Palavra de Deus sempre ilumina os passos da PJ Capixaba e sempre irá iluminar os passos dos grupos de jovens.

Usamos as citações da TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia (São Paulo: Loyola, Paulinas, 1996) na íntegra.

Citamos o encontro de Moisés com Iitrô (Jetro) em Ex 18, 1-27.

Um planejamento bem feito, transforma a vida grupal e pessoal, tornando-se fácil para organizar e administrar.
1 Iitrô, sacerdote de Midian, sogro de Moisés, ouviu falar de tudo o que Deus havia feito por Moisés e por Israel, seu povo: o SENHOR fizera Israel sair do Egito! 2 Iitrô, sogro de Moisés, acolheu Siporá, mulher de Moisés – depois que ela tinha sido mandada de volta – 3 e seus dois filhos: um deles chamado Guershom – migrante-ali – pois havia dito: “Sou um migrante em terra estrangeira”; 4 o outro recebeu o nome de Eliézer – meu Deus é socorro –, pois: “Foi o Deus de meu pai que veio em meu socorro e me livrou da espada do Faraó”. 5 Iitrô, sogro de Moisés, seus filhos e sua mulher foram ao encontro de Moisés, no deserto, onde estava acampado, junto à montanha de Deus. 6 Ele mandou dizer a Moisés: “Eu, Iitrô, teu sogro, estou vindo ao teu encontro, bem como tua mulher, e seus dois filhos com ela”. 7 Moisés saiu ao encontro do sogro, prostrou-se e o beijou. Trocaram saudações e entraram na tenda.

8 Moisés contou ao sogro tudo o que o SENHOR havia feito a Faraó e ao Egito por causa de Israel, todas as dificuldades surgidas no caminho, das quais o SENHOR os tinha livrado. 9 Iitrô exultou com todo o bem que o SENHOR tinha feito a Israel libertando-o da mão dos egípcios. 10 E Iitrô disse: “Bendito seja o SENHOR, que vos libertou da mão dos egípcios e da mão do Faraó, que libertou o povo da mão dos egípcios! 11 Agora reconheço que o SENHOR foi maior que todos os deuses, não obstante a fúria deles contra os seus”. 12 Iitrô, sogro de Moisés, participou de um holocausto e de sacrifícios oferecidos a Deus. Aarão e todos os anciãos de Israel vieram comer a refeição diante de Deus, com o sogro de Moisés.

13 Ora, no dia seguinte, Moisés sentou-se para julgar o povo, e o povo ficou diante de Moisés, desde a manhã até o anoitecer. 14 O sogro de Moisés viu tudo o que ele fazia pelo povo. “Que estás fazendo pelo povo?”, disse ele. “Por que atendes tu sozinho, enquanto o povo todo fica postado diante de ti, da manhã até a noite?” 15 Moisés respondeu ao sogro: “É que o povo vem a mim para consultar a Deus. 16 Se tem um litígio, eles me procuram. Julgo a questão que cada um tem com seu próximo e dou a conhecer os decretos de Deus e suas leis”. 17 O sogro de Moisés lhe disse: “Tua maneira de agir não é boa. 18 Vais te esgotar, e o mesmo acontecerá com este povo que está contigo. A tarefa é muito pesada para ti. Não podes cumpri-la sozinho. 19 Agora, ouve a minha voz! Dou-te um conselho, e que Deus esteja contigo! Sê, pois, o representante do povo diante de Deus: apresentarás os problemas a Deus, 20 informará as pessoas sobre os decretos e as leis, fazendo-as conhecer o caminho a seguir e a conduta a tomar. 21 E mais: escolherás, dentre todo o povo, homens de valor tementes a Deus, dignos de confiança, incorruptíveis, e os estabelecerás como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez. 22 Eles julgarão o povo permanentemente. A ti apresentarão só os assuntos mais graves; o que for menos importante, eles mesmo julgarão. Alivia a tua carga. Que eles te ajudem a carregá-la. 23 Se fizeres isso, Deus te dará as suas ordens, tu poderás agüentar e, além disso, todo esse povo voltará para casa em paz”. 24 Moisés escutou a voz de seu sogro e fez tudo o que ele lhe dissera. 25 Em todo Israel, Moisés escolheu homens de valor e os pôs à frente do povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez. 26 Eles julgavam o povo permanentemente. A Moisés apresentavam o que era mais grave, mas o que era menos importante, eles mesmo o julgavam.

27 E Moisés deixou partir seu sogro, que voltou à sua terra.

Algumas questões ajudarão a entender melhor o texto:
1. Qual é o contexto da passagem bíblica? O momento era favorável para o encontro entre Moisés e o seu sogro? Por quê?
2. Qual é o resultado do conselho dado por Iitrô? Ele serviria para nossos grupos hoje? Por quê?
3. O que pode ser aproveitado como compromisso prático do texto bíblico para a nossa vida em grupo de jovens?


Conceitos e Definições

O que é Planejamento?

É um processo de tomada de decisões. Se entende processo como uma série de ações, de reuniões, discussões, reflexões e decisões envolvendo todos os participantes do grupo de jovens. É pensar antes, durante e depois da ação.

O que é Ação?

É o ato de interferir na realidade. Este ato pode ser planejado ou não. No primeiro caso nós teremos uma ação que tem tudo para ser eficaz e que provocará transformações. No segundo caso nós teremos ativismo, que certamente não vai levar a nada. Irá deixar todo mundo iludido de ter feito uma coisa boa, nada mais do que isso.

O planejamento participativo é um processo altamente importante porque é profundamente questionador.

Quem se acha o dono da verdade, quem é autoritário, quem é acomodado, não quer saber de planejamento.

Dentro da ação se faz distinção entre a pessoa ser eficaz, ser eficiente e ser efetivo:

O que é eficaz?

Refere-se a fazer o que deve ser feito. Este conceito tem a ver com o foco em uma determinada direção (visão) e concentração de energia (recursos humanos, materiais e financeiros) para a execução da missão.

O que é eficiente?

Refere-se a como fazer o que tem para ser feito. Este conceito refere-se a como as “coisas” são feitas, aos valores, à visão, comportamentos, atitudes, métodos, procedimentos e estilos e está na presente em toda a empresa.

O que é efetivo?

Refere-se a fazer certo as coisas certas, com qualidade. Este conceito engloba os dois anteriores, acrescido da qualidade.

O que é Plano?

É o registro das decisões tomadas participativamente pelo grupo que esteve envolvido no processo de planejamento.

Planejamento não é fazer Plano e nem tampouco escrever um cronograma ou um calendário de atividades pura e simplesmente. Nisso tudo, o mais importante é o processo de tomada de decisões (o planejamento), e não o registro dessas decisões (o plano em si).

Três Metodologias de Planejamento

1ª. metodologia: planejar para o grupo – o poder é exercido de maneira dominadora, ditatorial.

A participação do grupo quanto à preparação / elaboração do plano é nula, quanto à sua execução, é imposta, e quanto resultado, é imposto.

2ª. metodologia: planejar com o grupo – o poder é exercido como um poder a serviço.

A participação do grupo na preparação / elaboração do plano é controlada, na execução do plano, acontece a partir de uma conciliação, e no resultado do plano é de uma forma negociada.

3ª. metodologia: é o planejamento do grupo – o poder é exercido como um serviço.

A participação do grupo tanto na preparação / elaboração do plano, quanto em sua execução e no seu resultado é co-responsável e de co-munhão.

Partes de um Planejamento

Estamos buscando compreender juntos como se realiza um planejamento, não é mesmo?

Para descrever isso precisamos nos orientar por alguns passos metodológicos. A palavra metodologia é de origem grega (metà = através de; odos = caminho), e significa uma ação realizada através de um caminho constante e seguro.

Um planejamento é composto de três partes essenciais:

a) Um ponto de referência, chamado marco referencial.

b) Uma tomada de pulso, chamada diagnóstico.

c) Uma organização das ações, chamada prognóstico.

O Marco Referencial

É o ponto de referência de um planejamento pelo qual se vai orientar o grupo, por onde ele precisa seguir com o seu trabalho, perseguindo assim o que deseja.

É a primeira parte do planejamento que tem três partes bem distintas:

1. Marco Situacional – descreve a realidade onde desenvolvemos nossa ação.

2. Marco Doutrinal – diz para que nós vamos agir.

3. Marco Operativo – nos orienta como vamos realizar nossa ação.

O que é o marco situacional?

É a parte do planejamento que descreve a realidade em que vivemos e trabalhamos, ou em que vamos trabalhar e viver. É o grupo de jovens falando e descrevendo sobre o chão em que pisa, sobre o ambiente todo, sobre a vida em todos os sentidos.

O que é o marco doutrinal?

É a parte do planejamento que vai indicar para que o grupo está fazendo o planejamento e escrevendo um plano. Em outras palavras, pretende mostrar onde o grupo quer chegar com o auxílio do plano realizado. É o nosso sonho, a nossa esperança de realização maior, mas com respeito, encontro e diálogo.

O que é o marco operativo?

É a tomada de posição do grupo que está fazendo o planejamento, com relação à linha de ação a ser assumida para transformar a sociedade em que vive. Indica como o grupo quer agir.

É o momento de tomar decisões concretas sobre o grupo vai se organizar de modo planejado e assumido por todos. Neste ponto é preciso que fique bem claro a co-responsabilidade na busca da maneira de agir que vai ser assumida por todos os seus membros para levar a cabo o plano que foi escrito pelo grupo de jovens.

O Diagnóstico

Sem estabelecer antes um marco referencial é impossível fazer qualquer diagnóstico, porque faltariam os critérios de comparação entre o real e o ideal.

É preciso lembrar que: para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve!

A palavra vem do grego, διαγηοστικόη, seu significado no latim diagnosticu (dia = "através de, durante, por meio de" + gnosticu = "alusivo ao conhecimento de"), vem a ser:

1. Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre algo, ao momento do seu exame.

2. Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, classificador ou pesquisador.

3. Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exame.

Diagnóstico pastoral é um discernimento cristão da realidade, ponto de partida para uma ação transformadora que procura perceber os avanços conseguidos; constatar os limites, as dificuldades, os problemas; estabelecer as necessidades mais urgentes (as prioridades) para a construção do Reino de Deus.

Para a realização de um bom diagnóstico deve-se levar em conta alguns passos concretos:

1º. Passo – AVANÇOS.

A palavra avanços, quer dizer: coisas boas que foram realizadas pelo grupo.

2º. Passo – LIMITES.

A palavra limites, quer dizer: o que o grupo não conseguiu fazer; o que atrapalhou a caminhada do grupo.

Para resolver corretamente um problema deve-se responder às seguintes perguntas: Como se manifesta o problema? Quais são seus reais dados indicadores? Quais as suas causas aparentes, imediatas, secundárias, principais? Quais os aspectos que o problema atinge?

3º. Passo – NECESSIDADES.

A palavra necessidades, quer dizer: tudo aquilo que o grupo precisa fazer.

A partir dos avanços e dos limites, o grupo deve determinar, listar as necessidades mais urgentes em termos de reforçar os avanços e superar os limites e os problemas.

As necessidades que são possíveis e realizáveis são determinadas a partir dos critérios estabelecidos no marco doutrinal e no marco operativo.

Entre as necessidades que o grupo irá constatar a partir do marco doutrinal e do marco operativo, as que serão mais urgentes de serem realizadas serão chamadas de prioridades e devem ser as primeiras a serem enfrentadas.

Somente dando cada passo, um de cada vez, é que com clareza o grupo conseguirá realizar o seu objetivo.

O Prognóstico

No diagnóstico procuramos definir e classificar as principais necessidades (prioridades) que afetam a nossa ação. Agora trata-se de fazer um prognóstico para enfrentar essas necessidades e problemas ou para reforçar as ações que já são sinal do Reino de Deus, a fim de transformar a situação existente.

A palavra vem do grego, προγνωστικό, seu significado no latim prognosticu (pro = "antecipado, anterior, prévio" + gnosticu = "alusivo ao conhecimento de"), vem a ser:

1. Conhecimento (efetivo ou a se confirmar) antecipado ou prévio sobre algo.

2. Conjectura sobre o desenvolvimento de um negócio qualquer, de uma situação, etc.

3. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, acerca da duração, evolução e termo de uma doença.

4. Predição, agouro, presságio, profecia, relativos a qualquer assunto.

No prognóstico é necessário registrar ações concretas em passos determinados; indicar por quanto tempo vai durar o que se programa para buscar soluções para as urgências constatadas; ter presente as reais possibilidades de execução, quais pessoas, que recursos.

Dentro das partes de um planejamento é nessário saber o que é um objetivo, o que são políticas e estratégias, o que são rotinas ou atividades permanentes, as instruções de execução, e por último , e não menos importante a avaliação do planejamento. Ainda animados? Vamos a elas!

O que é um Objetivo?

É a expressão do que se quer alcançar (o que?) e também a expressão da razão pela qual se deseja alcançar determinado resultado na ação, a sua finalidade (para que?).

É o resultado final, perseguido por ações concretas que devam ser bem definidas; desencadeem um processo de mudanças de atitudes nas pessoas; apresentem razões que convençam; durem um tempo determinado; interfiram na estrutura existente; provoquem revisão, transformação e mudanças na estrutura viciada; que levem a construção de novos paradigmas.

O que são Políticas e Estratégias?

Num processo de planejamento, o que são políticas?

São linhas comuns de ação assumidas por todas as pessoas envolvidas, que dão direção para tudo o que se faz evitando dispersão de forças e a contradição das ações.

Política é a denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).

Nos regimes democráticos,a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.

A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-Estado chamadas pólis, nome do qual se derivaram palavras como politiké (política em geral) e politikós (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim politicus e chegaram às línguas européias modernas através do francês politique que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".

O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.

Nem tudo o que se faz em nossos serviços, é novidade. Há coisas que se repetem sempre e são imprescindíveis para levar pra frente nossos objetivos. Além disso, nem todos fazem a mesma coisa. Com o passar do tempo podemos estar fazendo coisas sem saber para que, só por pura repetição. Do mesmo modo, podemos estar fazendo ações diferentes sem unidade entre elas. Cada um puxando para o seu lado.

Mesmo fazendo ações diferentes podemos agir todos, todas, na mesma direção. As políticas dão direção e unidade para todas as ações. Elas nos empurram para a ação. Através das políticas pode-se descobrir a identidade de um grupo organizado.

Num processo de planejamento, o que são as estratégias?

Cada política de ação deve ter algumas estratégias que assinalam alternativas, formas ou modos diferentes de concretizá-las. Elas são formas de ação para concretizar determinadas políticas. Não pode haver política de ação sem estratégia de ação.

Estratégia são propostas ou sugestões de ação para tornar concreta determinada política.

É a forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e articulador de resultados.

A palavra vem do grego, stratègós (de stratos, "exército", e "ago", "liderança" ou "comando" tendo significado inicialmente "a arte do general") e designava o comandante militar, à época da democracia ateniense.

O idioma grego apresenta diversas variações, como strategicós, ou próprio do general chefe; stratégema, ou estratagema, ardil de guerra; stratiá, ou expedição militar; stráutema, ou exército em campanha; stratégion, ou tenda do general, dentre outras.

O mais conhecido livro de estratégias militares e que é muito usado nas áreas de administração e marketing chama-se A Arte da Guerra, de Sun Tzu.

Rotinas ou Atividades Permanentes

A maior parte do tempo do grupo é ocupada por ações que se repetem continuamente. Sao as chamadas rotinas.

Elas são importantes porque dão o suporte para qualquer atividade que se queira fazer. Por isso, há necessidade de realizá-las planejadamente.

Elas devem ser realizadas com clareza, para algo definido.

Não podem ser feitas como ações mecânicas e formais, sem finalidade e sem compreensão humana do que se faz.

Instruções de Execução

O plano está pronto e agora?

É preciso, apresentar algumas instruções detalhadas para ver como levar em frente a execução pretendida. As instruções indicarão:

• Responsabilidades pela elaboração, execução e avaliação do plano em diferentes níveis e setores.

• Alcance do plano e sua relação com outros planos do mesmo setor, em níveis diferentes, e até com o plano global.

• Como e quem animará a elaboração dos planos anuais, num plano de médio prazo.

Avaliação

Todo o processo de planejamento se completa com a avaliação. A avaliação não é a última coisa a ser feita porque deve ser constante. É preciso ver até que ponto o grupo está sendo fiel ao que planejou e até que ponto o que foi planejado está correspondendo às necessidades da realidade sempre em contínua mudança. Por isso, a avaliação do plano deve ser feita a parte a parte e a partir do todo.

A avaliação confronta os resultados desejados (objetivos), com os resultados alcançados para analisar as causas dos acertos ou dos desvios ocorridos.

A avaliação busca, ainda, perceber as falhas e os acertos de organização e de emprego de recursos, a adaptação dos objetivos à realidade, bem como as falhas e os acertos das políticas e das estratégias.

O plano deverá determinar alguns elementos que ajudarão a fazer uma avaliação adequada.

a) Critérios de Avaliação

Constam de algumas linhas básicas expressas no plano e que servirão de base para toda e qualquer avaliação que fizermos. Esses critérios levarão em conta: 1. O plano em sua globalidade; 2. O plano em suas partes (projetos).

b) Periodicidade da Avaliação

O grupo percebe, por exemplo, que num plano trienal, a avaliação não pode ser feita somente após os três anos de execução do plano. No mínimo ela será feita: 1. No final de cada objetivo (projeto) realizado; 2. Por ocasião da preparação do plano anual; 3. Na preparação do plano trienal.

c) Instrumental de Avaliação

Um instrumental adequado de avaliação (pesquisa de campo, roteiros, questionários, caixinha de sugestões) mais ou menos unificado para todos os setores do serviço contribuirá muito para: 1. Localizar os problemas e as dificuldades que ocorreram no desenvolvimento da ação, do projeto; 2. Fazer o confronto do resultado obtido com o que foi planejado; 3. Descobrir as causas dos desvios das ações; 4. Encontrar alternativas que orientem as ações futuras.

São esses os anexos a um plano de atividades. As instruções de execução e a avaliação.

Na medida em que eles forem devidamente elaborados serão de profunda importância para que o plano, como instrumento de transformação, seja verdadeiramente uma ferramenta indispensável que auxiliará o grupo nas mudanças que perseguem em vista da concretização da Civilização do Amor: o Reino de Deus!



Emerson Sbardelotti

Estudante do Bacharelado em Teologia do Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo – IFTAV.

Turismólogo e Historiador.

Autor de O Mistério e o Sopro – roteiros para acampamentos juvenis e reuniões de grupos de jovens. Brasília: CPP, 2005.

Autor de Utopia Poética. São Leopoldo: CEBI, 2007.

Coordenador teológico do Instituto João Maria Vianney – Teologia para Leigos/as – Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Cobilândia, Vila Velha-ES.

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